sábado, agosto 25, 2012

Enquanto você não vem
eu arrumo os caminhos
desenho flores nas paredes da casa vazia
e beijo-as
guardo as palavras insensatas nas caixas verdes
Não derramo lágrima
(que já chove sobre a árvore da frente)
Não sofro a falta

espera é uma madrugada quente em agosto

segunda-feira, agosto 20, 2012


eu te direi não
construirei edifício sólido
onde viverei longe dos teu lábios
do teu cheiro de palavra e mar
do teu gosto de abismo

Homem
eu direi não aos teus olhos tristes
ao teu canto de ordem
aos pássaros dos teus cabelos negros
e serei forte ao teu abraço

eu digo não
nem medo mais tenho

quarta-feira, agosto 15, 2012


beijo teus caminhos com ares de senhorita
serpenteio os cabelos de ideias roucas
bebo tua boca porque tenho sede
(dentro é deserto)
te canto histórias de morrer insônia
e me fazes a mulher dos abraços
e te fazes cego
enquanto tudo é engano

Amor sem medo é altura





segunda-feira, agosto 13, 2012

nem teus olhos febris
a pedra no meio da estrada
os ais de um gozo farto
a tua pele salgada
as pequenas promessas
um canto de madrugada
as minhas pernas abertas
a porta escancarada
estas palavras
aquela que foi calada


eu tenho as cicatrizes
de todas as putas guardadas
eu tenho a chave da caixa
há muito tempo trancada
eu sangro a veia que pulsa
escrevo a tua chaga
eu amo teu corpo cansado
eu beijo a tua boca molhada
porque eu não valho nada


quinta-feira, agosto 09, 2012

Do estômago brotaram as palavras de todas as cores
trancadas a chave e arrependimentos

O que ela sabia é que tinha pouco
as cartas de Frida
um beijo ébrio numa tarde qualquer
um resto de ar

Abriu a mala onde guardava as verdades
lá dentro escondeu o Amor





terça-feira, agosto 07, 2012

Olhava para o relógio desmontado cuidadosamente
as  engrenagens como peças de quebra-cabeça
molas adormecidas abraçadas aos ponteiros
Nada, ali, corria implacável
gritando que já era tarde

Era a primeira vez que não entendia
que os olhos é que guardavam o tempo
perdido 

Que nunca é hora, menina
e sempre é