meu bem,
às vezes estou bem. ainda não sei como escrever medo e desejo porque é outono e faz quente. existir é deixar de ser invisível. tenho me perguntado como soltar a palavra acuada, acusada. deixá-la sair assim: pelada, desavergonhada, safada, pra falar que gosta, só gosta. como verbar o corpo: beijar, dormir, sussurrar, sorrir, conversar, olhar, roncar, beber, segredar, gozar, estar, sem dever depois?
(por isso disfarço e alimento vícios secretos inconfessáveis)
não sei dizer mais, disse dois ou três poemas atrás. então engulo. amarga. regurgito. ácida. engulo de novo. ressentida. calo e vomito. e pela minha pele queimada escorrem suor e culpa, ardem vergonhas flamejantes.
grito tão incompetente que.
(assino agora essa carta de horror. nome de novela mexicana. propício.)
A Impostora
p.s. poderiam ser dois textos, mas é um só. decidi no caminho.
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