sexta-feira, agosto 18, 2023

 quando fecho os olhos, ainda nos vejo rindo enquanto mentimos que somos um casal em busca de uma vida imperfeita nos azulejos antigos. as línguas entrelaçadas como braços num amor indesejado. nós na cama, nós em silêncio no café da manhã,  nós procurando um pedaço de corpo por sobre a mesa dos bares em calçadas sujas, nós desenhando em fotos de futuros caducos das cidades desconhecidas. nós. 

fora dos meus olhos febris sou a mulher lúcida que evita olhar para os topos das árvores e para os musgos que insistem em brotar entre as lajotas do pátio. 

nunca mais vou escrever saudade.

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