domingo, setembro 17, 2023

 enovelado inteiro o meu pavor no teu abraço 

o corpo se debruça sobre a murada do andar mais alto do edifício

a praça da infância, um rio que guarda uma cidade inteira, um navio fantasma com suas bandeiras coloridas, alguns prédios amarelos guardando história

embaixo tudo é estático e está em movimento 

como um bonsai (ela me disse)

de longe eu nunca tenho medo da vida

que flui violenta sob as calçadas do centro da cidade


os olhos já saltaram, suicidas

os pés  seguem fincados na terra

a sanidade que resta

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