quarta-feira, fevereiro 22, 2012

E vem de novo a vida
pombagirando desembestada
velozvorazvermelhaventando


as vozes confusas
vadias de carnaval e medo
lambem os pés ariscos

varrida a via suja
o que sobrevivive
é risco

terça-feira, fevereiro 21, 2012

Um redemoinho de palavras enlaçou os livros esquecidos

Não declararam amor
tampouco pediram perdão pela falta de gestos

Eram chuva forte sobre os papéis antigos
sobre os rostos
sobre as mãos tatuadas no último abraço
sobre nós desfazendo o presente

Perdia-se o tempo nas dívidas
(mágoas divisando o antes e o que restou)
perdia-se na bijouteria colorida e falsa

Mas os olhos teimosos guardaram o perfume da flor
enquanto nascia de novo a Poesia

*

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

vem redemoinho, pai
vento de temporal
tempo cheio de dedos
vai levar toda certeza
maldizer dos sonhos meus

eu aqui na menineza
tenho medo de rodar
nas ondas fartas de mar
virar cantiga, paizinho
pra brincar melhor a vida