Se eu pudesse te guardava aqui
te dava refúgio enquanto te fazia meu suor
(re)velava tua respiração de homem tonto de vida e dor
te enchia de amanheceres
escrevia amor no teu corpo
mas só o que me resta é esta pintura
e esta voz
cortando com boleros a felicidade
quarta-feira, julho 25, 2012
segunda-feira, julho 23, 2012
Era pra eu ter ficado quieta
Era pra eu ter ficado lúcida
Era pra eu ter ficado todas as outras
Acontece que só o que me ensinaram foi a prender botões
a bordar em cruz e cores
a fingir que as mãos sob as coxas cobertas bastariam pra me fazer mais doce
(e eu nem acredito em pernas cruzadas)
Era pra eu ter ficado dia
mas havia a tua boca a profanar as minhas escrituras
Era pra eu ter ficado lúcida
Era pra eu ter ficado todas as outras
Acontece que só o que me ensinaram foi a prender botões
a bordar em cruz e cores
a fingir que as mãos sob as coxas cobertas bastariam pra me fazer mais doce
(e eu nem acredito em pernas cruzadas)
Era pra eu ter ficado dia
mas havia a tua boca a profanar as minhas escrituras
domingo, julho 22, 2012
quarta-feira, julho 18, 2012
Nunca te contei, mas sempre fui boa em encontrar esconderijos
guardei ontem mesmo uma menina estúpida em mim
tola de repetido único amor
A primeira vez que calei foi por susto
silenciar é fugir depressa pra dentro de um armário quente
Noite é escura
Eu sou mais
Nunca te contei, mas eu minto bem
(embora nunca o faça)
Sempre que há queda
Estilhaço
terça-feira, julho 17, 2012
domingo, julho 15, 2012
Chega uma hora em que olha no espelho e não encontra mais o avesso
a cara é só retrato 3x4 da sua identidade emaranhada
o que há por trás é a casa escura soando berros de alguma canção inominável
Memória tem cheiro de flor em velório
doce cozinhando em panela de vó
Se ainda acreditasse, abriria as cortinas
chorava rios e fingia ser feliz
Nem pra chover deus ajuda
a cara é só retrato 3x4 da sua identidade emaranhada
o que há por trás é a casa escura soando berros de alguma canção inominável
Memória tem cheiro de flor em velório
doce cozinhando em panela de vó
Se ainda acreditasse, abriria as cortinas
chorava rios e fingia ser feliz
Nem pra chover deus ajuda
segunda-feira, julho 09, 2012
eu saberia atravessar silêncios absurdos
digerir as mãos ausentes sobre o corpo morno
o poucamor que o tempo faz calmaria
eu poderia fingir o grito
eu poderia conter a falta
controlar
mas você vem com as palavras inesperadas
cantando as histórias de milanos
apaga o mapa
embaça a vida
risca na parede do quarto os dias
esquece
Eu queria dizer que eu tenho medo.
suspiro
é sempre noite
*
*
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