quarta-feira, dezembro 12, 2007

teu corpo o meu anoitece
sombras se completam
movem-se silêncios desnudos
escorregadio cetim
em agudo desintegrar-se
estrelas pipocam pelo espaço
num quarto de lua
a maré cheia

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Minha boca chama a sua
afobada pela falta de palavra
de ânsia, de água, de cigarro
deixa de ser lábios e linguagem
pra ser vorazmente nua
escrava voluntária da tua imagem.

Minha boca canta a sua
(como flautista de mágico musical)
Boca na boca, dedo por dedo
até o lá, agudo,
maior que a lua que nos cobre

Minha boca clama a sua
(vem depressa)
reclama domingo de sol em clave
em dia de chuva torrencial