teu corpo o meu anoitece
sombras se completam
movem-se silêncios desnudos
escorregadio cetim
em agudo desintegrar-se
estrelas pipocam pelo espaço
num quarto de lua
a maré cheia
quarta-feira, dezembro 12, 2007
segunda-feira, dezembro 10, 2007
Minha boca chama a sua
afobada pela falta de palavra
de ânsia, de água, de cigarro
deixa de ser lábios e linguagem
pra ser vorazmente nua
escrava voluntária da tua imagem.
Minha boca canta a sua
(como flautista de mágico musical)
Boca na boca, dedo por dedo
até o lá, agudo,
maior que a lua que nos cobre
Minha boca clama a sua
(vem depressa)
reclama domingo de sol em clave
em dia de chuva torrencial
afobada pela falta de palavra
de ânsia, de água, de cigarro
deixa de ser lábios e linguagem
pra ser vorazmente nua
escrava voluntária da tua imagem.
Minha boca canta a sua
(como flautista de mágico musical)
Boca na boca, dedo por dedo
até o lá, agudo,
maior que a lua que nos cobre
Minha boca clama a sua
(vem depressa)
reclama domingo de sol em clave
em dia de chuva torrencial
segunda-feira, novembro 26, 2007
terça-feira, novembro 20, 2007
quarta-feira, novembro 14, 2007
terça-feira, novembro 13, 2007
piso em você como quem pisa em ovos
como quem anda em brasas
porque o amor arde em falsas delicadezas
o amor explode como bolha
o amor pinça pelas asas
liberta
zumzuna agitado na vidraça
enquanto tudo venta na noite
esmago-o suavemente verme
alvo tecido que me habita quando sereno
casa caiada em que descansa o amor
e todos os pratos quebrados
como quem anda em brasas
porque o amor arde em falsas delicadezas
o amor explode como bolha
o amor pinça pelas asas
liberta
zumzuna agitado na vidraça
enquanto tudo venta na noite
esmago-o suavemente verme
alvo tecido que me habita quando sereno
casa caiada em que descansa o amor
e todos os pratos quebrados
terça-feira, outubro 30, 2007
segunda-feira, outubro 29, 2007
sábado, outubro 27, 2007
sexta-feira, outubro 26, 2007
quinta-feira, outubro 25, 2007
não se fere a intimidade de uma mulher
não se marcam a ferro suas entranhas
não se enfia uma adaga em seu sexo
só aquilo que é majestoso entra na casa
no seu corpo só há espaço para o sagrado
o pau não é mais um pau
é ouro, tesouro que ela mais que esconde, guarda
torna-o brinquedo e alimento
torna-o templo em que se deposita bendita
e se eterniza em lava e gozo.
ajoelha-te diante do perfeito divino
na tua boca age a língua ignota, babel
eleva-te para conhecer o espaço infinito
sê mais que homem, sê inteiro
profano, o corpo é só passagem
não se marcam a ferro suas entranhas
não se enfia uma adaga em seu sexo
só aquilo que é majestoso entra na casa
no seu corpo só há espaço para o sagrado
o pau não é mais um pau
é ouro, tesouro que ela mais que esconde, guarda
torna-o brinquedo e alimento
torna-o templo em que se deposita bendita
e se eterniza em lava e gozo.
ajoelha-te diante do perfeito divino
na tua boca age a língua ignota, babel
eleva-te para conhecer o espaço infinito
sê mais que homem, sê inteiro
profano, o corpo é só passagem
segunda-feira, outubro 22, 2007
em forma de coração
escreve em riscos de giz
mil voltas sem direção
giros em torno de si
nuvem de doce odor
do verde frasco escapam
é o cheiro do amor
embriagando os que passam
um guarda o gosto de fruta
outro o cheiro do mato
um, de madeira bruta
outro, de fino trato
surpresa, prenda mimosa
cheira a maracujá e caqui
mira o bailar do pião
o brinquedo do guri
escreve em riscos de giz
mil voltas sem direção
giros em torno de si
nuvem de doce odor
do verde frasco escapam
é o cheiro do amor
embriagando os que passam
um guarda o gosto de fruta
outro o cheiro do mato
um, de madeira bruta
outro, de fino trato
surpresa, prenda mimosa
cheira a maracujá e caqui
mira o bailar do pião
o brinquedo do guri
domingo, outubro 21, 2007
Poema em 5
cintilante
brilho eterno brilho
de onde vem e para onde vai
a delicadeza de ser
eterno
instante permanente
respondo sim
imponho não
metamorficamente
sem fim
em ti, em mim
metafórica mente
(poema a cinco mãos: Bel, Rita, Kelvin, Bina e Clau)
brilho eterno brilho
de onde vem e para onde vai
a delicadeza de ser
eterno
instante permanente
respondo sim
imponho não
metamorficamente
sem fim
em ti, em mim
metafórica mente
(poema a cinco mãos: Bel, Rita, Kelvin, Bina e Clau)
sábado, outubro 20, 2007
quinta-feira, outubro 18, 2007
atravessou o espaço apinhado do bar,
encontrou pouso na cadeira ao lado da minha,
apossou-se dela e anunciou
- só com os olhos -
você é a próxima.
Continuei blasé,
a mais perfeita bêbada,
numa completa ignorância
de fato e de qualquer linguagem.
Ele continuou me olhando, um silêncio,
falando aquela língua que eu conhecia bem.
(Ou seria ela quem conhecia bem cada centímetro de pele do meu corpo?).
Eu sorria com mil dentes para o outro,
o direito, que tocava minha perna quando ria.
Tentava esconder o desespero de me saber abatida
pelos (ah, malditos!) olhos castanhos do avesso.
Eu sabia de todas as suas certezas.
Eu duvidava do tempo que sustentaria o beijo guardado.
Os seus dentes longe do meu pescoço...
Ele então disse vem.
Levantou-se:
um obelisco
um monumento
um falo.
Era mais que um homem.
Era o homem a quem eu pertencia.
O nome escrito nas minhas entranhas sussurrava imoralidades.
O uivo contido premente no ar fumacento e ébrio.
Eu fui.
encontrou pouso na cadeira ao lado da minha,
apossou-se dela e anunciou
- só com os olhos -
você é a próxima.
Continuei blasé,
a mais perfeita bêbada,
numa completa ignorância
de fato e de qualquer linguagem.
Ele continuou me olhando, um silêncio,
falando aquela língua que eu conhecia bem.
(Ou seria ela quem conhecia bem cada centímetro de pele do meu corpo?).
Eu sorria com mil dentes para o outro,
o direito, que tocava minha perna quando ria.
Tentava esconder o desespero de me saber abatida
pelos (ah, malditos!) olhos castanhos do avesso.
Eu sabia de todas as suas certezas.
Eu duvidava do tempo que sustentaria o beijo guardado.
Os seus dentes longe do meu pescoço...
Ele então disse vem.
Levantou-se:
um obelisco
um monumento
um falo.
Era mais que um homem.
Era o homem a quem eu pertencia.
O nome escrito nas minhas entranhas sussurrava imoralidades.
O uivo contido premente no ar fumacento e ébrio.
Eu fui.
quinta-feira, outubro 11, 2007
quarta-feira, outubro 10, 2007
terça-feira, outubro 09, 2007
segunda-feira, outubro 08, 2007
meu corpo, teu brinquedo
objeto preferido
teu tesouro secreto
um oásis escondido
no mais quente deserto
meu corpo, teu recanto
em mim constróis muralhas
grava-te em milagre e espanto
te escreves anjo e canalha
No aguaçal do meu pranto
meu corpo, teu espaço
território das tuas ávidas mãos
rosas-dos-ventos dos meus passos
enloquece-me feito furacão
no redemoinho do teu abraço
objeto preferido
teu tesouro secreto
um oásis escondido
no mais quente deserto
meu corpo, teu recanto
em mim constróis muralhas
grava-te em milagre e espanto
te escreves anjo e canalha
No aguaçal do meu pranto
meu corpo, teu espaço
território das tuas ávidas mãos
rosas-dos-ventos dos meus passos
enloquece-me feito furacão
no redemoinho do teu abraço
quinta-feira, agosto 30, 2007
terça-feira, agosto 28, 2007
Não tenho medo da morte
Não durmo de luz apagada
Não acredito na sorte
Não pago conta atrasada
Não sei pra que lado é o norte
Não gosto da minha risada
Não pratico nenhum esporte
Não sei contar piada
Não sei aquilo que quero
Mas sei aquilo que sou
Os meus “nãos” todos de cor
Conheci as linhas das mãos
Gravei palavras no corpo
E algumas constelações
Beijei tantas bocas erradas
Dormi muitas horas a menos
Bebi tantos goles a mais
Dancei como enluarada
Escrevi tudo sobre mim
Li menos do que queria
Atravessei areias quentes
Amei de todas as formas
Cantei, nadei, morri
Não sei aquilo que quero
Tampouco aquilo que sou
Rio porque tudo é corrente
E eu sempre vôo
Não durmo de luz apagada
Não acredito na sorte
Não pago conta atrasada
Não sei pra que lado é o norte
Não gosto da minha risada
Não pratico nenhum esporte
Não sei contar piada
Não sei aquilo que quero
Mas sei aquilo que sou
Os meus “nãos” todos de cor
Conheci as linhas das mãos
Gravei palavras no corpo
E algumas constelações
Beijei tantas bocas erradas
Dormi muitas horas a menos
Bebi tantos goles a mais
Dancei como enluarada
Escrevi tudo sobre mim
Li menos do que queria
Atravessei areias quentes
Amei de todas as formas
Cantei, nadei, morri
Não sei aquilo que quero
Tampouco aquilo que sou
Rio porque tudo é corrente
E eu sempre vôo
quinta-feira, julho 12, 2007
quarta-feira, julho 11, 2007
quarta-feira, junho 27, 2007
sexta-feira, junho 22, 2007
Amor inteiro
Assisti a um filme: “O amor não tira férias”, com ninguém menos que (a tão simbólica para mim) Kate Winslet. A personagem não tinha os cabelos laranja, nem era mãe de uma menina de três anos em crise entre a maternidade e a feminilidade, não estava lendo Mme. Bovary (eu estou, agora), mas me revelou da mesma “coincidente” e abrupta forma.
Sua máscara desta vez era a de uma mulher apaixonada e que ocupava somente o espaço secundário na vida do homem que desejava - um clássico e familiar caso de amor platônico. O cara era tudo de bom, lindo, inteligente, carinhoso – perfeito! - e ela o esperava há um certo tempo, crente de que o que sentia se realizaria em algum momento, mas não foi o que aconteceu.
Provou-se que quem espera, sempre cansa. E ela, exausta, resolve fugir pra outro mundo, desta vez real. Escondida em outra cidade, conhece um velho roteirista (viva os oráculos modernos e o cinema que revela essas inquietudes diárias) que anuncia: nos filmes sempre há duas atrizes junto ao protagonista – a melhor amiga e a atriz principal – e você não serve pra o primeiro papel. A moça se dá conta (e eu com ela), de que o papel secundário não é para mulheres inteiras e intensas.
Tudo bem, a ressalva para o pacote conto-de-fadas-felizes-para-sempre, mas por que não concordar que colocar os pés no chão (mesmo que seja atirando-se em um abismo) provoca as melhores mudanças?
Queria mesmo que fosse diferente, mas não é. Amor platônico não se cura com trepadas homéricas (isso só o disfarça); amor platônico se cura com amor real, sem entreveros, com pedras (e não muros) no caminho. Amor platônico se cura com silêncio e um pouco de escuridão, com portas (e janelas de MSN) fechadas. Amor platônico se cura com Amor-próprio.
Amor que precisa ultrapassar o tempo, o espaço e a falta de reciprocidade só é bonitinho em romance romântico, em quadro de programa sensacionalista, em novela de televisão, nas telas do cinema (até porque é amor alheio). O difícil ou o impossível servem pra roteiro, mas não pra vida essa que nos faz chorar pelas nossas próprias dores.
O meu cupido pediu licença. Eu dei. Até os deuses merecem férias...
quinta-feira, junho 21, 2007
segunda-feira, junho 18, 2007
quinta-feira, junho 14, 2007
deserto
areia que se dissolve entre os dedos
e espalha-se redemoinho furioso
antes lama
agora lâmina
transparente corpo em que reflito
no espelho, a ampulheta
e espalha-se redemoinho furioso
antes lama
agora lâmina
transparente corpo em que reflito
no espelho, a ampulheta
segunda-feira, junho 04, 2007
quarta-feira, maio 30, 2007
domingo, maio 27, 2007
domingo, maio 13, 2007
quinta-feira, maio 10, 2007
quarta-feira, maio 02, 2007
terça-feira, abril 24, 2007
quinta-feira, março 29, 2007
e eu que procurava por ti tão longe
te encontro de repente
correndo em cachos
espalhando guizos e gritos
colorindo a casa de calcinhas
é teu riso que me faz palavra
são teus olhos que me trazem sonho
no meu colo, quando adormeces,
embalo-me em cantos que não sei dizer
teu pranto, o primeiro e todos os outros,
me acordam praquilo que chamam de paraíso.
Filha, poesia, quem és tu?
como cresceste fora de mim enquanto eu nem via?
meu susto, meu quinhão do mais puro espanto
minha sempre espera por reconhecer-me
minha sempre alegria de reconhecer-te
criação
te encontro de repente
correndo em cachos
espalhando guizos e gritos
colorindo a casa de calcinhas
é teu riso que me faz palavra
são teus olhos que me trazem sonho
no meu colo, quando adormeces,
embalo-me em cantos que não sei dizer
teu pranto, o primeiro e todos os outros,
me acordam praquilo que chamam de paraíso.
Filha, poesia, quem és tu?
como cresceste fora de mim enquanto eu nem via?
meu susto, meu quinhão do mais puro espanto
minha sempre espera por reconhecer-me
minha sempre alegria de reconhecer-te
criação
quarta-feira, março 28, 2007
Quando penso em minha filha, em algo que a descreva, sempre penso em música ou em poesia... Parte de seu nome chegou por causa de uma letra do Tom: “vem cá, Luísa, me dá tua mão (...) Vem me dar um beijo. E um raio de sol nos teus cabelos - como um brilhante que partindo a luz explode em sete cores, revelando então os sete mil amores, que eu guardei somente pra te dar, Luísa”. Quando ela crescia dentro de mim, eu nos ninava cantando: “você é assim, é tudo pra mim, e quando não te vejo, só penso em você, desde o amanhecer até quando eu me deito”. Quando nos vimos pela primeira vez, chorando as duas: “Eu tenho tanto pra te falar, mas com palavras não sei dizer como é grande o meu amor por você”.
Nosso repertório aumenta a cada dia: ela me ensinou a ser criança novamente, a subir e descer com a dona Aranha, a rebolar até o chão com a esquecida Xuxa da minha infância, a voar com a borboletinha... A Maria Luísa, minha Maluquete, me prova todo dia que não é preciso esperar menos do que a perfeição, que eu encontro nos seu riso frouxo, nos seus cachos bagunçados, no ressonar dos seus sonhos. Ela é minha luz. É quem me embala numa canção sempre doce e eu agradeço por tudo o que ela me mostra enquanto cresce (tal princesa das histórias que lemos) em virtude, beleza e inteligência.
Minha bela agora dorme enquanto escrevo e eu choro manso tomada de um amor sem tamanho.
“Ela é minha menina e eu sou a menina dela" ...
********************
(recebi um bilhete da escolinha pedindo que escrevesse um depoimento pra Malu, que vai fazer parte de um álbum do Maternal. Este é o depoimento. E eu que procurava a poesia fora de mim...)
Nosso repertório aumenta a cada dia: ela me ensinou a ser criança novamente, a subir e descer com a dona Aranha, a rebolar até o chão com a esquecida Xuxa da minha infância, a voar com a borboletinha... A Maria Luísa, minha Maluquete, me prova todo dia que não é preciso esperar menos do que a perfeição, que eu encontro nos seu riso frouxo, nos seus cachos bagunçados, no ressonar dos seus sonhos. Ela é minha luz. É quem me embala numa canção sempre doce e eu agradeço por tudo o que ela me mostra enquanto cresce (tal princesa das histórias que lemos) em virtude, beleza e inteligência.
Minha bela agora dorme enquanto escrevo e eu choro manso tomada de um amor sem tamanho.
“Ela é minha menina e eu sou a menina dela" ...
********************
(recebi um bilhete da escolinha pedindo que escrevesse um depoimento pra Malu, que vai fazer parte de um álbum do Maternal. Este é o depoimento. E eu que procurava a poesia fora de mim...)
domingo, março 25, 2007
segunda-feira, março 12, 2007
Ai, quanta pretensão
Acreditar que poderia
Seqüestrar meu coração
Mas tenho passos largos
Fugi, mesmo carente
Guardei-me em meus armários,
Protegida de seus dentes
No escuro às vezes sinto
As grades de suas garras
E os gostos dos seus ais
Mas agora tanto faz
No silêncio do meu peito
Já morreram os lamentos
Não há cantos, nem há fadas
Nem você existe mais
Mas agora tanto faz
Eu vôo sobre o abismo
Mesmo de asas cortadas
Nova, Fênix, eu renasço
No carinho de outros braços
(pra ser musicada... que tal um samba ou um samba-rock?)
Acreditar que poderia
Seqüestrar meu coração
Mas tenho passos largos
Fugi, mesmo carente
Guardei-me em meus armários,
Protegida de seus dentes
No escuro às vezes sinto
As grades de suas garras
E os gostos dos seus ais
Mas agora tanto faz
No silêncio do meu peito
Já morreram os lamentos
Não há cantos, nem há fadas
Nem você existe mais
Mas agora tanto faz
Eu vôo sobre o abismo
Mesmo de asas cortadas
Nova, Fênix, eu renasço
No carinho de outros braços
(pra ser musicada... que tal um samba ou um samba-rock?)
sexta-feira, março 09, 2007
quarta-feira, março 07, 2007
domingo, março 04, 2007
From hell
já cortei com espelhos os pulsos
já me atropelaram jamantas
eu me afoguei em águas escuras
eu mastiguei balas de prata
sempre perdi a cabeça
voei pra dentro do abismo
bebi do melhor veneno
dormi eterno o meu sono
mas o Inferno só descobri
quando por ti morri de Amor
já me atropelaram jamantas
eu me afoguei em águas escuras
eu mastiguei balas de prata
sempre perdi a cabeça
voei pra dentro do abismo
bebi do melhor veneno
dormi eterno o meu sono
mas o Inferno só descobri
quando por ti morri de Amor
quinta-feira, fevereiro 15, 2007
quinta-feira, fevereiro 08, 2007
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
segunda-feira, janeiro 22, 2007
o primeiro prepararia a terra
para torná-la madura
esqueceu-a marcada de dentes
o segundo plantaria os beijos
de cor roxa, branca e amarela
deixou-me só o silêncio
o terceiro colheria as flores
trouxe nas mãos os gafanhotos
devoraram meu jardim
Este chegou sem promessas
arou a terra, enterrou as sementes
brotam amores-perfeitos em botão
para torná-la madura
esqueceu-a marcada de dentes
o segundo plantaria os beijos
de cor roxa, branca e amarela
deixou-me só o silêncio
o terceiro colheria as flores
trouxe nas mãos os gafanhotos
devoraram meu jardim
Este chegou sem promessas
arou a terra, enterrou as sementes
brotam amores-perfeitos em botão
domingo, janeiro 21, 2007
quinta-feira, janeiro 18, 2007
meu ouvido descansa em teu peito
onde mergulho e adormeço
vôo rio abaixo, pra dentro
nos redemoinhos dos teus pêlos
me dá mais vento
nas notas do teu violão
me dá mais tempo
na letra da tua canção
meus olhos se perdem nos traços
que guardam todas as cores
vou água abaixo, pra dentro
embarco nos teus pensamentos
me dá o abismo
que eu vôo em teus braços
me dá o caminho
que eu sigo teus passos
meu olvido se afoga nos beijos
que roubam pedaços de mim
vou água abaixo, pra dentro
abro as portas dos teus segredos
onde mergulho e adormeço
vôo rio abaixo, pra dentro
nos redemoinhos dos teus pêlos
me dá mais vento
nas notas do teu violão
me dá mais tempo
na letra da tua canção
meus olhos se perdem nos traços
que guardam todas as cores
vou água abaixo, pra dentro
embarco nos teus pensamentos
me dá o abismo
que eu vôo em teus braços
me dá o caminho
que eu sigo teus passos
meu olvido se afoga nos beijos
que roubam pedaços de mim
vou água abaixo, pra dentro
abro as portas dos teus segredos
domingo, janeiro 07, 2007
ela tem cabelos vermelhos
e lágrimas imensamente blues.
habita nela o dilúvio que atormenta os homens.
um mar bravio e sensível em que se afoga
quando tudo parece sereno
ela tem olhos grandes
e noites escuras com estrelas.
escondem-se nelas os medos da infância.
uma caixa de palavras em que se escreve
quando só o que há é silêncio.
ela tem sorrisos de mil dentes
e lantejoulas laranjas no vestido.
revela-se nela a lucidez dos loucos.
um copo de vinho em que se atormenta
quando nada é o sentido.
ela tem mãos de dedos infinitos
e cristais que machucam o olvido.
rasgam-se nela os desejos dos bêbados.
um leito diáfano e profundo
quando tudo mais foi esquecido.
ela tem chagas no peito
e luas que se tornam cheias num segundo.
adormecem nela os segredos dos amantes.
um poema profano e pudico
quando todo sonho foi perdido.
mas o que ela não tem
é que a tornam o abismo.
e lágrimas imensamente blues.
habita nela o dilúvio que atormenta os homens.
um mar bravio e sensível em que se afoga
quando tudo parece sereno
ela tem olhos grandes
e noites escuras com estrelas.
escondem-se nelas os medos da infância.
uma caixa de palavras em que se escreve
quando só o que há é silêncio.
ela tem sorrisos de mil dentes
e lantejoulas laranjas no vestido.
revela-se nela a lucidez dos loucos.
um copo de vinho em que se atormenta
quando nada é o sentido.
ela tem mãos de dedos infinitos
e cristais que machucam o olvido.
rasgam-se nela os desejos dos bêbados.
um leito diáfano e profundo
quando tudo mais foi esquecido.
ela tem chagas no peito
e luas que se tornam cheias num segundo.
adormecem nela os segredos dos amantes.
um poema profano e pudico
quando todo sonho foi perdido.
mas o que ela não tem
é que a tornam o abismo.
quinta-feira, janeiro 04, 2007
terça-feira, janeiro 02, 2007
no translúcido cristal
a órbita caótica dos planetas
criava ondas no resto de veneno
bebi o que havia no copo
(para descobrir seus segredos)
sorvi com doçura o gosto
ácido de sorriso e dor
afoguei-me no seu obscuro
e preenchi-me das palavras
e dos seus sem-sentidos
um sol me olhava pelas costas
e minha lua tornava-se cheia
é possível traçar o mapa
se há tantos ventos na rosa?
a órbita caótica dos planetas
criava ondas no resto de veneno
bebi o que havia no copo
(para descobrir seus segredos)
sorvi com doçura o gosto
ácido de sorriso e dor
afoguei-me no seu obscuro
e preenchi-me das palavras
e dos seus sem-sentidos
um sol me olhava pelas costas
e minha lua tornava-se cheia
é possível traçar o mapa
se há tantos ventos na rosa?
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