quinta-feira, dezembro 29, 2011

é preciso lembrar para esquecer

não há cigarro que apague a dor
nem dor que não se torne cicatriz

(é tempo)

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Juventude

O que havia de mim esvaiu-se
areia de ampulheta
levou aquilo que havia de sol

A peça de argila ocre
relembra o sopro
sem temor por tornar-se pó

segunda-feira, novembro 28, 2011

E se eu te peço pra abrir a caixa -
e tirar de lá aquela flor
as gargalhadas
a madrugada vestindo meias
a ceia
mãos dadas
o grito
os primeiros passos e depois
a chave que não é minha
palavras nem ditas
o futuro
tanta, tanta saudade
- será ainda presente?

domingo, outubro 16, 2011

as palavras nuas sobre o lençol
espelhavam os corpos
amantes
antes de o mundo pedir silêncio

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

posse


um pedaço do teu pão e do teu dia
um pouco de sonho
o que te adoece
uma noite de orgia
a página roubada do livro de poesia
asfalto florido
a saliva e depois

ser presa
surpresa
ser teto
ser verso
certeza

mas falta

segunda-feira, janeiro 31, 2011

escorrega pelos vãos, felina
arranca do meu sumo a força
para a sua escravidão
meus medos degusta cretina
lambe as pontas dos dedos
sussurra então um segredo
embaraça minha cabeça
depois ri feito cigana

a Poesia vadia pelo meu corpo
se mata é pra me fazer existir

da conquista, restou sob as mãos a cicatriz
nem a palavra nem o medo
como memória
uma boca úmida
ruídos dos sorrisos pares
Amor brotado como aquela flor
 (rompente)

Onde?