segunda-feira, junho 04, 2012

Vem como amigo de infância, íntimo,  para sentar-se na varanda da casa da memória. Traz a fome e a voz como se oferecesse mais um mate. Ela nem sabe ainda se é tempo, mas escuta a prosa longa sobre os dias e a árvore genealógica que data do século quatro. Ele sorri e pronuncia palavras como cantigas de ninar esquecidas. Ela suga o sumo da surpresa. A vida pode ser meio doce, suave. Rotina é um aborrecimento delicioso. Seco o vinho, sorve a lágrima com espirotromba enquanto escreve mais um dia.