domingo, janeiro 14, 2024

cada pedaço de mim se desfaz na tua boca
uma suicida que aceita o veneno a conta-gotas como quem digere aquilo que resta de ar
um dia depois do outro
e outro mais
como guardar no corpo o calor do peito acelerado
é noite de uma primavera sem brisa
durmo no abraço da minha imprópria ausência quando me despeço de cada quase 
(houve um poeta português que.
- eu te contaria se pudesse com tom solene. e tu me depositarias os olhos embriagados)



sexta-feira, janeiro 05, 2024

      e eu te recebo como quem espera já sem nome. tua inconstância de mar, a violência dos beijos furtivos, a falta de um corpo ser de novo um corpo dentro dos abraços. eu, exaustiva pandora que guarda teus olhos mornos de culpa e amor. sobreviventes enquanto houver toda dor cravejada de sal. é sempre noite quando há desamparo.