quinta-feira, outubro 25, 2007

não se fere a intimidade de uma mulher
não se marcam a ferro suas entranhas
não se enfia uma adaga em seu sexo
só aquilo que é majestoso entra na casa
no seu corpo só há espaço para o sagrado
o pau não é mais um pau
é ouro, tesouro que ela mais que esconde, guarda
torna-o brinquedo e alimento
torna-o templo em que se deposita bendita
e se eterniza em lava e gozo.
ajoelha-te diante do perfeito divino
na tua boca age a língua ignota, babel
eleva-te para conhecer o espaço infinito
sê mais que homem, sê inteiro
profano, o corpo é só passagem

Um comentário:

Unknown disse...

Ritinha, penso, aliás,sinto...que neste mundo louco e sem sentido, é muito importante ler coisas que nos tocam pq saem de dentro, das entranhas de nós mesmos.

Gosto dos versos que são navalhas e de pessoas que ardem e gritam e se expressam e e e... Por isso, gosto de ti e das linhas que fluem dessa cancerígena cor laranja.
Com amor,
Clarice.