quarta-feira, novembro 29, 2006
Gran finale
Quando o circo apagou os últimos holofotes, o vagão de espirais laranja recebeu-a com carinho. Entre tiras de tecido coloridas, observou seu leito. Cuidadosamente, abriu a caixa azul-celeste e contemplou o céu pintado no fundo. Retirou o macacão para vestir-se da própria pele. Pálida depositou-se nela. Primeiro o ventre, seguido dos pequenos seios. Encostou lentamente o triângulo que apontava para seu secreto sexo. Apoiou as coxas e com a ajuda das mãos cruzou as pernas sobre elas. Dobrou os braços, quase tocando a curva das nádegas. A cabeça descansou sobre a lua redonda e branca. Com um breve movimento fez com que a tampa se fechasse. A contorcionista dormiu eternamente seu sonho de estrela.
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4 comentários:
huaaaaaaaaa adorei esse microconto!
Fabuloso! Grande miniconto!!
Assisto a contorcionista recolhendo-se à alcova.
Bárbaro!!
Vcs são tão exagerados, meninos... Mas eu gosto!
Lindo!
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