quando explode a bolha
arrebentam-se no ar
as cores do meu coração
sol ardente
a nova esfera
é breve borboleta
na morte da espera
(flutua soberba sobre minha cabeça
e sabe-se
redondamente certa)
abertas as portas da Casa
o Vento invade sem pudor
acaricia suas paredes mornas
escancara as limpas janelas
tira tudo do lugar
cobre o chão de folhas e flores
até parecer jardim
o Vento bagunça certezas de tijolos e concreto
até a Casa tornar-se ar
depois silencia e parte
batendo a porta
nas cores dos objetos
o tempo deposita pó
amarela os sorrisos dos retratos
só cantam os fantasmas e as coisas mortas
Casa trancada no sótão
só espera furacão